Input Económico

Empresas e Projetos AEP

Inovar Tecnologicamente, sem Abrir os Cordões à Bolsa.

Na idade média, o dinheiro era transportado em pequenos sacos (bolsas), fechados por cordões. Usava-se à cintura e, quando era preciso gastar dinheiro, tinha de se abrir os cordões à bolsa.

Ainda hoje, muitas das vezes, quando se tem que gastar dinheiro usa-se essa expressão. Do ponto de vista empresarial, usam-se alguns termos técnicos específicos da linguagem económica associados ao ato de gastar dinheiro, como custo, despesa, investimento, entre outros.

É um dado adquirido que atualmente a tecnologia é uma variável fundamental para o sucesso das empresas, sejam as pequenas atualizações de equipamentos e/ou softwares, sejam as grandes restruturações tecnológicas de processos e estratégias das empresas.

A atualização e modernização tecnológica são já uma necessidade das PME`s para que se possam manter competitivas num contexto concorrencial de exigência e de constantes transformações e desafios. Este processo de atualização
tecnológica, quando bem feito e ajustado à realidade da empresa, pode trazer um conjunto de benefícios para a realidade operacional, organizacional e de posicionamento da empresa, nomeadamente:

1) Aumento da produtividade, uma vez que as empresas poderão otimizar os seus recursos, fazendo mais e melhor com menos, obtendo ganhos de eficácia e de eficiência que resultarão num ganho operacional e financeiro;

2) Melhoria da qualidade, na medida em que a atualização tecnológica, nomeadamente em equipamentos produtivos, poderá gerar produtos inovadores, com maior qualidade e com garantia de conformidade com as regras e os padrões de mercado;

3) Diferenciação competitiva, já que a atualização tecnológica pode conduzir ao desenvolvimento e obtenção de vantagens competitivas associadas à inovação tecnológica, como produtos e/ou processos inovadores e, por essa via, aumentar o valor final do bem/serviço comercializável através da incorporação de valor tecnológico;

4) Aumento nos lucros, pelo simples facto – mas a principal regra do empresário -, que a atualização tecnológica pode aumentar as receitas e reduzir os custos e, consequentemente, o aumento do lucro da empresa, proporcionando um quadro de oportunidades de reinvestimento de mais valias para novas apostas estratégicas, como o acesso a novos mercados, estratégias de fidelização e captação de clientes e gradual reforço dos fatores competitivos internos e externos da empresa.

Vamos considerar um caso prático que demonstra os benefícios de investir em tecnologia:

A) Considere-se uma empresa produtiva que fatura cerca de 1 milhão de euros por ano e apresenta uma estrutura de custos na ordem dos 83% do volume de negócios.

B) Num primeiro cenário, a empresa não faz qualquer investimento em tecnologia (equipamentos), mantendo a sua estrutura estável no que respeita às vendas e aos custos.

C) Num segundo cenário, a empresa investe num equipamento tecnologicamente avançado, com um custo de 100 mil euros, amortizado em 5 anos, mas que permitirá o aumento de produção em 10% ao fim do primeiro ano.

O impacto do investimento em alguns dos indicadores económico-financeiros da empresa é refletido no quadro seguinte:

Como se pode verificar, o impacto do investimento num equipamento tecnologicamente avançado (num cenário simplificado de estabilização de todos os outros fatores, que não o custo do investimento e o aumento da produção) gera, a médio prazo, um retorno financeiro bastante interessante, que reforça e atesta que a taxa de retorno do investimento em tecnologia apresenta garantias credíveis de sucesso para o empresário.

No caso apresentado, o valor acumulado do cash-flow tem um aumento de cerca de 38% do primeiro para o segundo cenário.

Já a eficiência económica do negócio passa dos 12,61% para os 17,79%, o que corresponde, a um aumento de mais de 5 pontos percentuais e a uma variação percentual de mais de 40%.

Então, afinal, na terminologia económica, como se pode definir o ato de gastar dinheiro em tecnologia na empresa?

Um custo? Sim, pode tratar-se de um gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços.

Uma despesa? Claro que sim, pode ser o gasto necessário para a obtenção de receita, não diretamente ligado ao processo de transformação ou produção dos bens mas relativo aos valores gastos com a estrutura administrativa e comercial da empresa.

E será um investimento? Sem dúvida. Gastar dinheiro em tecnologia é apostar numa estratégia que possibilita que a empresa aumente as suas probabilidades de fazer crescer o seu negócio e de se capacitar perante a concorrência, com a expetativa de obter um retorno desse dinheiro gasto.

E para gastar esse dinheiro, nem é preciso abrir os cordões à bolsa. Pode ser feito através de meios tecnológicos, como transferência bancária, cartão de crédito, MB Way, PayPal …

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