Input Económico
Empresas e Projetos AEP
Contra a Pandemia, Trabalhar…
Urge virar de página.
Não analisar tanto os impactos que a situação pandémica provocou, mas encontrar forma de os combater e, o mais rapidamente possível, infletir positivamente os vários indicadores económicos e financeiros é uma prioridade.
Não se pretendendo, neste artigo, enveredar por uma análise teórica e conceptual sobre a primazia da importância entre a variável “capital” e a variável “trabalho”, é inegável, ainda assim, que a taxa de emprego / desemprego e a situação do mercado de trabalho funcionam como indicadores que retratam de forma transparente uma parte significativa da situação económica e social de um país.
Segundo os mais recentes dados estatísticos publicados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional, no final do mês de julho de 2021, estavam registados, nos Serviços de Emprego do Continente e Regiões Autónomas, 368.704 indivíduos desempregados, número que representa 66,5% de um total de 554.797 pedidos de emprego. No mês anterior ao início da pandemia da COVID-19, fevereiro de 2020, estavam inscritos 315.562 indivíduos desempregados, número que representava 67,8% de um total de 465.671 pedidos de emprego.
Resumidamente, pode-se dizer que o número de desempregados inscritos desde o início da pandemia até julho de 2021 subiu cerca de 17%. É muito! Demasiado, apesar de todos os incentivos à manutenção dos postos de trabalho e aos apoios aos empregadores via layoff`s financiados!
Parece, agora, que a nível nacional se começa a assistir à alteração desta realidade e que os números do desemprego dos últimos meses têm visto o seu
crescimento diminuir tendencialmente, indo ao encontro a uma estabilização gradual da taxa de desemprego.
Mas centremo-nos no Concelho de Penafiel e na análise da situação do mercado de trabalho ao longo dos últimos 18 meses:
Em Fevereiro de 2020, estavam inscritos 2.387 desempregados, enquanto em Julho de 2021 esse número era de 2.445. Verificou-se, portanto, um aumento de 58 desempregados no concelho, o que corresponde a um aumento de cerca de 2,4%, muito abaixo dos 17% verificados a nível nacional, o que parece indiciar que a situação está estável e as perspetivas são do funcionamento normal do mercado de trabalho e da atuação empresarial na sua política de contratações de recursos humanos.
Por outro lado, e de forma mais pormenorizada, podemos verificar que o número de mulheres desempregadas corresponde a mais do dobro do que o dos homens, cifrando-se o rácio em 2,36 em Fevereiro de 2020 face a 2,29 em Julho de 2021. Não se nota, por isso, qualquer alteração de paradigma que demonstra que a inserção no mercado de trabalho continua a ser mais difícil para as mulheres.
No que diz respeito ao tempo de inscrição, aí sim, parece haver uma clara alteração na composição das suas variáveis que apontam tendencialmente para um desemprego mais duradouro.
Enquanto em Fevereiro de 2020 os desempregados inscritos há menos de um ano representavam cerca de 150% dos desempregados inscritos há mais de
um ano, em Julho de 2021 esse peso percentual era de apenas 92%, verificada não só à custa da diminuição do número de desempregados inscritos há menos de um ano, mas também devido ao aumento de cerca de 32% dos desempregados inscritos há mais de um ano.
Finalmente, e no que tem que ver com o tipo de desempregados em termos de situação face ao emprego, a grande maioria continuam a ser os desempregados inscritos à procura de novo emprego que representam cerca de 91% dos desempregados totais, enquanto os desempregados inscritos à procura do primeiro emprego se cifram em 9%, pesos percentuais que, no Concelho de Penafiel, não tiveram variação significativa no período da pandemia.
O mercado de trabalho sentiu de forma impactante a pandemia e resistiu … tem resistido.
É fundamental, agora, quando se aproxima o fim das moratórias bancárias, conferir solidez e liquidez às empresas para que, no mercado de trabalho, se verifique a um crescimento do número de empregos que representam mais contribuintes e menos subsidiados, paradigma fundamental para o equilíbrio das contas públicas e do funcionamento da economia.
A AEP no seu exigente dia a dia no período pandémico em muito tem tentado contribuir para que o mercado de trabalho no Concelho funcione de forma regular. A título de exemplo, desde Fevereiro de 2020, a AEP elaborou 84 novos projetos para a criação de novas empresas e desenvolvimento de negócios existentes que representam um investimento superior a dois milhões de euros e geradores de mais de 100 postos de trabalho. O Concelho de Penafiel representa, nesse domínio, cerca de 70% da execução.
O futuro é exigente, incerto até. Mas com a estabilidade do mercado de trabalho tudo aponta para o desenvolvimento económico da nossa Região e do nosso Concelho.
Mais do que nunca, é hora de arregaçar as mangas e trabalhar…