Input do Colunável
João Vieira Lopes
Presidente da Direção da CCP
A Importância Histórica do Associativismo, Importância Acrescida em Tempos de Crise/Conturbados em que Vivemos. 130º Aniversário da AEP
O 130.º aniversário da Associação Empresarial de Penafiel ocorre num momento de grandes incertezas. Ultrapassada que parece estar a fase mais complicada da pandemia, eis que estamos confrontados com novos riscos, como o aumento do preço da eletricidade e dos combustíveis, uma inflação a crescer e uma possível subida dos juros, a que acresce o conflito na Ucrânia e a seca. Todos estes fenómenos, cujos efeitos são ainda imprevisíveis na sua magnitude, vão refletir-se no custo final de bens e serviços com consequências significativas, principalmente aos sectores mais expostos ao consumo interno.
O 130.º aniversário da AEP é assim um momento de comemoração, mas também um momento muito exigente, na resposta nem sempre fácil aos empresários portugueses, a braços com muitos desafios na consolidação das suas atividades.
Mas o que a experiência nos vem demonstrando, e os dois últimos anos só o comprovam, é que é nestes momentos que o papel das associações ganha especial sentido. Com efeito, vale a pena reafirmá-lo, foi incansável o trabalho que o movimento associativo desenvolveu em prol das empresas, apoiando-as nas suas atividades, ou reivindicando novas políticas ou medidas de apoio quando necessário.
Se dúvidas houvesse, é hoje claro que o movimento associativo desempenha um importante papel no apoio às empresas, que se soube adaptar para ajudar as empresas a responder a um contexto de grandes constrangimentos, e se mostrou resiliente às dificuldades.
O futuro próximo, será ainda, infelizmente, particularmente exigente, colocando-nos perante o enorme desafio de contribuir para a construção de uma economia mais dinâmica e competitiva. Estes desafios implicam não só um empenhamento crescente dos dirigentes associativos, mas, igualmente, a existência de recursos adequados ao desenvolvimento das iniciativas certas para ajudar as empresas a adaptarem-se a uma economia em constante transformação.
O associativismo hoje não pode estar confinado a um espaço de defesa de interesses de um grupo ou sector. Ele tem que ser mais do que isso. Tem que ser uma força que sabe reivindicar, mas que sabe, igualmente, propor soluções que vão ao encontro do interesse geral. O movimento associativo quer ser parte na resolução dos problemas: quer, umas vezes, ser parceiro do próprio Estado no âmbito das parcerias público-privadas e, quer, outras vezes, contratualizar com este a execução de missões para as quais, muitas vezes, está melhor preparado para as levar a bom porto e, quase sempre, com economia de recursos.
Pela minha parte, quero deixar uma palavra de apreço à AEP pelo trabalho que vem desenvolvendo e manifestar a total disponibilidade da CCP para contribuir para o reforço do movimento associativo do sector, na convicção que, desta forma, estaremos a contribuir para o maior progresso económico e social.