Input do Associado

Opticalia Penafiel / Centrocor-Comércio de Tintas e Ferramentas / Playlife Fitness Center

Empresários de Penafiel Apontam para Medidas Fiscais e Laborais para o Novo Ciclo Político que Permitam o Crescimento das Empresas

Desde 7 de outubro de 2023 que a vida política nacional se encontra conturbada com a queda do atual Governo em funções, que se encontra em gestão até às eleições de 10 de março de 2024.

Desde então, os partidos políticos têm vindo a apresentar novas ideias, mostrando à sociedade como tencionam mudar o rumo da economia e da vida social do país. Da esquerda à direita, muitos são os argumentos que têm vindo a ser tornados públicos e que terão impacto no resultado das eleições legislativas.

Um novo Governo trará, certamente, uma nova forma de pensar o país e essas mudanças irão impactar, essencialmente, na sua vida económica e social que enfrenta várias dificuldades internas: educação, saúde, justiça, habitação e falta de mão-de-obra; e outras, de cariz mais económico, resultantes dos acontecimentos externos, como as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza.

Nesse sentido, a revista #Input da Associação Empresarial de Penafiel (AEP) quis ir ouvir as opiniões e sugestões dos seus empresários associados para saber o que o novo Governo deverá implementar assim que chegue ao poder. Ou seja, procurar averiguar as necessidades de quem vive diariamente a lutar por um melhor país, com melhores condições e perspetivas de evolução de negócio.

Cidália Ferreira, empresária no setor ótico e representante da associada Opticalia, há mais de 20 anos, considera que seria premente existir “investimento em infraestrutura para melhorar a logística e reduzir custos operacionais para as empresas, como também, o estímulo à inovação e à digitalização das empresas, oferecendo apoio financeiro e consultoria especializada.” Considera ser importante a “promoção do comércio exterior, facilitando a exportação de produtos e serviços através de acordos comerciais e apoio às empresas na entrada em novos mercados, a capacitação e formação profissional para garantir que as empresas tenham acesso a mão de obra qualificada; uma redução da burocracia e simplificação dos processos regulatórios para facilitar a abertura e operação de empresas, bem como a promoção de parcerias público-privadas para estimular investimentos em setores estratégicos da economia”.

Ao nível da política fiscal, a empresária, assume que deviam ser criados “incentivos fiscais para pequenas e médias empresas, como redução de impostos ou isenções temporárias para novos negócios, como, também, facilitar o acesso ao crédito bancário para empresas, especialmente as de menor porte, através de linhas de crédito específicas e garantias do Estado”.

Também neste campo, Luciana e Álvaro Magalhães, gerentes da empresa Centrocor – Comércio de Tintas e Ferramentas, Lda, consideram importante e necessária “a criação de regimes fiscais especiais para startups, empresas inovadoras e empresas em zonas de desenvolvimento regional pode ser um importante incentivo para o crescimento e a criação de emprego”.

Já no que toca à evolução e incorporação de valor acrescentado nos bens e serviços das empresas, os empresários não têm dúvida que é importante que no novo ciclo político se aposte em medidas que passem pela profissionalização da mão de obra e apoio ao investimento tecnológico.

“A inovação é fundamental para a competitividade das empresas no mercado global. O aumento do investimento público em investigação e desenvolvimento, a criação de incentivos fiscais à inovação e a promoção da transferência de tecnologia entre universidades, centros de investigação e empresas são medidas essenciais para estimular a inovação nas empresas portuguesas. A par da inovação, a qualificação dos trabalhadores é outro fator determinante para o sucesso das empresas. O investimento na formação profissional para qualificar os trabalhadores para as novas exigências do mercado é crucial para garantir a competitividade das empresas portuguesas”, afirmaram os gerentes da Centrocor.

O investimento na formação profissional dos mais jovens e as fracas perspetivas de uma carreira profissional promissora, levam a um tema preocupante e que tem sido descurado por sucessivos Governos: fixar o talento jovem em Portugal, uma vez que nos encontramos, de novo, com taxas altas de emigração nesta faixa etária, diminuindo a mão de obra qualificada no país.

Nesse sentido, os empresários do concelho de Penafiel consideram importante haver investimento em medidas dirigidas aos jovens para que se sintam motivados a se fixarem nas empresas locais, com “salários dignos e perspetivas de carreira. A melhoria das condições de vida, através do acesso à habitação, saúde, educação e outros serviços essenciais, também é fundamental para tornar o país mais atrativo para os jovens. O apoio ao empreendedorismo jovem através de programas de financiamento e incubação de empresas pode ser importante para a criação de emprego e para a fixação dos jovens no nosso país. Estabelecer incentivos fiscais para empresas que contratem e retenham talento qualificado em Portugal, reduzindo os encargos fiscais associados à contratação de profissionais altamente qualificados”.

Outro dos temas que os empresários pedem atenção ao novo Governo e que entendem ser de grande importância é a questão da coesão territorial.

Sendo a região do Tâmega e Sousa uma região tendencialmente de interior, os empresários destacam a necessidade de investimento em “infraestruturas, incentivos ao desenvolvimento regional, valorização dos recursos endógenos, melhoria da qualidade de vida e fortalecimento da coesão social”, assumem Luciana e Álvaro Magalhães.

Para Cidália Ferreira é importante que “se implementem políticas de apoio à agricultura familiar e ao desenvolvimento rural sustentável, promovendo a diversificação da economia e a fixação de população nas áreas rurais”, o que vai ao encontro da opinião de José Cota, da empresa Playlife que considera que já “existe uma enorme oportunidade para os territórios do interior, que é a alteração da tendência demográfica. Acredito que medidas que incentivem à materialização da mesma (mais gente a deslocar-se e a fixar-se nos territórios do interior), tais como, apoios no acesso à habitação, de facilitação do acesso aos serviços de educação e saúde, de incentivos fiscais ao investimento em territórios do interior, poderiam ser medidas que direta e indiretamente ajudem a diminuir as desigualdades de oportunidade e acesso existentes”.

Relativamente às políticas ambientais, os empresários estão atentos e despertos para a necessidade de redução da pegada ecológica, considerando ser extremamente necessário e urgente implementarem-se políticas para a descarbonização industrial bem como medidas práticas para o dia a dia das empresas.

A criação de incentivos fiscais e financeiros para a adoção de práticas energeticamente eficientes e menos poluentes, o apoio à transição para energias renováveis e o reforço da regulamentação ambiental são medidas essenciais para promover a sustentabilidade das empresas portuguesas. A promoção da economia circular, que visa reduzir o consumo de recursos e a geração de resíduos, é também uma importante oportunidade para as empresas portuguesas inovarem e se tornarem mais competitivas”, avançam, garantindo estarem abertos às transformações, desde que o Governo crie condições para essa mudança rápida e necessária.

Para os empresários do concelho de Penafiel é notória a importância de repor a estabilidade no país, criando condições estruturais ao desenvolvimento da sociedade, por isso, não se esquecem da necessidade de se fortalecer alicerces fundamentais como a saúde, educação e justiça para que todos, com estabilidade social, possam contribuir para o desenvolvimento do país e das suas empresas.

É unânime que Portugal deve privilegiar a criação de valor e de riqueza, modernizar-se no que toca a novas metodologias de trabalho em todas as empresas, diminuindo custos, aumentando a produtividade e promovendo melhores condições para os ativos empregados.

Por fim, os empresários pretendem que Portugal possa continuar a ser mais competitivo dentro e fora de portas, com políticas fiscais e laborais que promovam o crescimento das suas empresas. É o que esperam do novo ciclo político: mudança e concretização.